Esta tese é dirigida o 8o Encontro Municipal do PSOL e assinada pelas tendências Primavera Socialista, Revolução Solidária, militantes independentes e coletivos regionais, que defendem um PSOL popular, socialista, combativo, plural
democrático, comprometido com a unidade das esquerdas e com o enraizamento
nas bases, junto com Lula na luta contra o fascismo e as imposições do capital,
sem deixar de expressar dissenso e afirmar nossa autonomia sempre que
necessário.

A extrema direita foi derrotada e Lula tornou-se, mais uma vez, presidente do
Brasil. Isso só foi possível pela soma de esforços de diferentes setores sociais e
políticos na oposição a Bolsonaro. Podemos nos orgulhar e dizer que o PSOL foi
parte decisiva dessa vitória. Decidimos ouvir as expectativas dos lutadores e
lutadoras sociais que esperavam de nós um gesto de grandeza e compromisso com o futuro. Por isso o apoio a Lula foi, seguramente, a decisão mais importante tomada pelo PSOL nos últimos anos.

Mas derrotar Bolsonaro é apenas o começo. O Brasil e o mundo vivem um intenson processo de mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais impulsionadas pelas transformações do próprio capitalismo. Diferentemente do que aconteceu no passado, o atual ciclo tem se caracterizado por derrotas para a classe trabalhadora. Como resultado tivemos o surgimento de bilionários num contexto de pandemia, a ampliação da desigualdade e o fortalecimento de movimentos reacionários.

Hoje a esquerda disputa as ruas com a extrema direita. Ela avança com respostas fáceis aos problemas da classe trabalhadora, pela sua retórica violenta e a disseminação de preconceitos em relação às minorias. Por isso, como resposta à globalização do ódio, devemos globalizar a luta e a esperança!

 

Enquanto instrumentos historicamente construídos pela esquerda perdem interlocução com parte das classes trabalhadoras, movimentos se fortalecem dialogando com novos sentidos de pertencimento.

O PSOL está aberto a receber esses lutadores e lutadoras. Por isso foi o partido de esquerda que mais cresceu nos últimos anos no Brasil. Temos entre nossa principaisn lideranças hoje companheiros e companheiras que vieram das lutas populares, indígenas, feminista, antirracista, LGBTQIA+, estudantil, camponesa, sindical, anticapacitista, entre outras. Nosso partido tem cada vez mais a cara do povo brasileiro, sem deixar de ter influência junto à intelectualidade crítica. Mas
podemos ir além.

Para isso devemos seguir sendo um instrumento útil à reconstrução do Brasil e à
reorganização da esquerda. Nosso lugar é o de ala esquerda da base do governo
Lula, se consolidando como uma força política a ser ouvida no processo de
reconstrução do país, sem deixar de expressar dissenso sempre que necessário.
Com isso, nos fortalecemos para ser uma alternativa para milhões de brasileiras e brasileiros nas disputas municipais de 2024, consolidando nossa referência à
esquerda dentro do campo democrático. Queremos usar as disputas municipais
para reconquistar a confiança das classes trabalhadoras na esquerda, fazendo
avançar a agenda de ampliação de direitos.

Nas disputas eleitorais que se avizinham neste 2024, queremos construir
alternativas que levem mulheres, pessoas negras, em especial mulheres negras a ocupar os parlamentos municipais e prefeituras. A política precisa ser construída pelo povo, para o povo, e nada mais legítimo que quem mais convive com as mazelas de nossa democracia e com as desigualdades deste país, mazelas e desigualdades que se expressam no dia a dia das cidades, ocupem os espaço de poder.

O povo negro, periférico, em espcial as mulheres negras, sentem diariamente as
dificuldades vividas em cada canto desse país, em cada cidade, bairro, ou rua,
então, a superação desta sociedade desigual em gênero, raça e classe, precisa
partir de forças políticas compostas e lideradas pelo povo negro, periférico, em
especial pelas mulheres negras.

Em Niterói, cidade que tem a maior renda percapta. Em Niterói, cidade que tem a maior renda per capita do estado e também a prefeitura que tem o maior orçamento per capita do estado, cidade que convive com fortes desigualdades e privação do povo de seus direitos mais básicos, temos hoje apenas uma mulher entre os 21 vereadores.

Nossa cidade nunca teve uma mulher ocupando a Prefeitura. Precisamos mudar
este quadro e romper com a estagnação política e social vivida em nossa cidade,
precisamos eleger Talíria Petrone prefeita, reconduzir os vereadores do PSOL que já ocupam valorosamente a câmara de vereadores defendendo os direitos do povo niteroiense, para quem sabe aumentarmos em nossa bancada na câmara municipal a presença de mulheres, em especial de mulheres negras.
 

Não perdemos nosso horizonte histórico: queremos um PSOL útil às lutas do povo brasileiro. Somos herdeiras e herdeiros das lutas contra o genocídio colonizador, pelo fim da escravidão, pela consolidação dos direitos trabalhistas e contra a precarização do trabalho, pela ampla afirmação dos direitos das mulheres e das comunidades LGBTQIA+.
 

Queremos um PSOL onde caibam todas as lutas, mas com um perfil fortemente
popular, negro, indígena, amazônico e periférico. Um partido cada vez mais forte
nos interiores do Brasil, cada vez mais reconhecido por sua coerência e
combatividade. Cada vez mais socialista e combativo. Venha conosco construir o
PSOL Popular!