Contribuição do MES para o encontro municipal do PSOL Niterói.
Por um PSOL independente e anticapitalista.
Vivemos no mundo atual uma crise multidimensional do sistema capitalista! A economia ainda sofre com a forte recessão da crise de 2008, a pobreza e o desemprego aumentam consideravelmente no mundo inteiro. As ondas de calor na Europa e nos EUA bateram temperaturas recordes enquanto no Brasil os ciclones, até então inexistentes, já são uma realidade no sul do país.
A pandemia mostrou a fragilidade dos sistemas de saúde, escancarando a falta de atendimento em diversos países do mundo. No Brasil, o SUS, mesmo com todos os ataques, foi responsável por salvar muitas vidas no período da pandemia. Os governos petistas capitularam e não foram capazes de dar
respostas ao povo. Nessa onda surge a extrema direita que se apresentou no mundo inteiro como antissistema e aqui ganhou força na figura de Bolsonaro.
O governo Bolsonaro atacou a classe trabalhadora como nunca, tirando direitos e
empobrecendo a população principalmente negros, mulheres e a população periférica. Por isso, vencer Bolsonaro em 2022 se fazia urgente e mesmo com todas as contradições apresentadas pela chapa de Lula a tática eleitoral resultou numa derrota histórica da extrema direita no país.
Saímos do inferno, mas não estamos no Paraíso.
Ainda que a vitória contra ultra direita tenha um significado histórico, há muita tarefa para a ferramenta política que consolidamos ao longo desse recente período da história. O Psol cumpre um papel fundamental na conjuntura atual. Uma atuação de forma crítica desse governo se faz necessária quando políticas anti-povo são implementadas. Resistindo contra a onda Neofascista, apoiando movimentos em prol da classe trabalhadora. A onda adesista e acrítica ao lulismo praticada por setores do partido leva a uma posição de base do governo aceitando e naturalizando suas contradições. É fundamental que esse rumo seja alterado para que o psol cumpra um papel independente dentro da conjuntura nacional e adquira cada vez mais capilaridade e influência na sociedade, afinal nossas estratégias são distintas.
Quais os próximos passos do PSOL na cidade.
A cidade de Niteroi vem há mais de trinta anos sendo governada pelo mesmo grupo político da cidade, ora com o PDT que se apresenta como setor progressista, mas que se alia a direita liberal e inclusive alguns setores da extrema direita, ora com o PT que na nossa caracterização é a esquerda institucional burocratizada.
O PSOL-Niterói possui alto respaldo político nos movimentos sociais e no parlamento. Nossa responsabilidade na construção de um programa político para a cidade, pode nos colocar como alternativa real, na medida em que as outras propostas de gestão da cidade se combinam para agradar os setores mais abastados do município em detrimento dos mais pobres e vulneráveis.
Em fevereiro deste ano a prefeitura decretou a criação de um subsídio financeiro para custear parte da tarifa do sistema de transporte público coletivo de passageiros por ônibus de Niterói. Veículos de comunicação da prefeitura divulgaram a aprovação dessa mensagem como uma grande conquista para a população, porém, a realidade é que o município está dando dinheiro aos
empresários de ônibus para que a passagem se mantenha no mesmo valor, mesmo com toda a precariedade, da falta de ônibus pela cidade.
Precisamos ter em nossa cidade um transporte público e gratuito de fato, onde a população usufrua de tarifa zero. Mas temos que ter um projeto mais avançado, que não seja alugar os ônibus de empresas privadas, como em algumas cidades. Ou seja, uma defesa clara de um modelo de transporte 100% público gratuito e de qualidade.
Esse governo tem deixado crianças fora da escola, implementado programas de parceria privada com a justificativa de atender a fila das escolas públicas do município. Tem uma orientação de omissão em relação à concessão dos serviços de energia elétrica, Um alto índice de cargos tipo RPA (regime de pagamento de autônomo), que na prática é a histórica precarização da condição de trabalho implementada de forma indiscriminada pelo governo municipal.
Os servidores da Educação, professores, cozinheiras escolares, mães de alunos, e os servidores da saúde têm demonstrado o caminho para as urgentes transformações, com mobilização, passeatas, greve e denuncia. O nosso partido caminha alinhado a essas mobilizações, dando apoio e suporte nas ruas e também com ações no parlamento.
Para derrotar a Gestão Grael /Rodrigo e a Extrema direita: A saída é eleger Táliria Petrone.
Em Niterói a prefeitura que se se diz de esquerda, segue deixando a população à deriva em muitas situações básicas, as chuvas vem causando problemas graves, mesmo diante da tragédia do morro do Bumba, até hoje nenhum projeto estrutural foi implementado para garantir uma cidade transitável durante as chuvas, bastam 10 minutos e a cidade fica alagada em pontos centrais de moradia e locomoção.
Faltam vagas em creches e escolas, médicos em hospitais, além dos problemas de trânsito que aumentam a cada dia. Esse cenário caótico preocupa ainda mais quando o novo plano urbanístico é aprovado para agradar os empresários do mercado imobiliário. O aumento do número de pessoas na cidade impacta diretamente nos serviços básicos e na infraestrutura.
A história de movimentação social no estado e na cidade, além de nossas candidaturas anteriores, vem alavancando a viabilidade eleitoral do PSOL e se tornando mais atraente a variados setores da cidade. É muito importante que em 2024, nossa diferenciação política e programática seja evidente. Um programa de ruptura que dê respostas à classe trabalhadora, à juventude e aos menos favorecidos da cidade certamente terá impacto social capaz de atrair setores sociais
importantes na correlação de forças do município.
É fundamental que o PSOL esteja na vanguarda das lutas da cidade, acompanhando as demandas dos trabalhadores e principalmente, apresentando um programa que seja fruto das indignações e esperanças do povo, dando as respostas necessárias que esse governo optou por negar.
A tarefa de derrotar a extrema direita na cidade é, em grande medida responsabilidade do PSOL. nossa atuação nacional e estadual, nos dá autoridade para o embate, porém uma perspectiva de polarização entre o atual governo e a candidatura da ultra direita nos colocam numa posição mais complexa. é preciso fazer diferenciações claras do ponto de vista governamental da cidade,
questionando a gestão Grael/Rodrigo e ao mesmo tempo combater a extrema direita.
Talíria Petrone é mulher negra, feminista, socialista, professora de história, mestre em Serviço Social. Deu aula na Maré, em São Gonçalo e em Niterói e a realidade das escolas sempre foi um motivo para ir à luta. É com essa pegada que nossa atuação precisa se basear, somente uma candidatura desse porte e com sustentação de todo o partido terá condições de realizar esse desafio
eleitoral, resolver os problemas de nossa cidade e avançar na luta e organização do povo em nossa cidade.
Vamos juntos por uma Niterói verdadeiramente do povo.