A juventude é hoje um dos setores mais afetados pela política neoliberal em
curso no país. Seja pelo desemprego, pelos empregos precarizados, pelas péssimas
condições da educação pública brasileira ou pela falta de acesso à educação, a
juventude tem seu futuro limado por um projeto que corta investimento nas áreas
que nos são mais caras. O Arcabouço Fiscal, que limita investimento público em
educação e saúde, e o Novo Ensino Médio, que amplia ainda mais as desigualdades
educacionais, são exemplos de políticas que interferem diretamente na vida dos
jovens, principalmente negros, pobres, mulheres e das periferias, onde a oferta de
serviços é mais escassa. Nesse cenário, as greves que estão sendo aprovadas
pelas categorias do Ensino Superior são fundamentais e devem contar com todo
apoio do PSOL. Mas para além disso, é necessário que a juventude do PSOL esteja
de frente dos processos de mobilização estudantil e construa ativamente processos
de lutas nas universidades e escolas. Por isso, propomos que o Encontro Municipal
do PSOL Niterói aprove uma moção de apoio à Greve dos TAEs da UFF.

Essa mesma juventude, que segue tendo seus direitos atacados, foi às ruas
para derrotar o governo fascista de Jair Bolsonaro e para eleger Lula, sem ilusões
no governo de conciliação que estaria por vir. Hoje, os jovens precisam ser ponta de
lança na disputa das ruas, sendo alternativa radical ao bolsonarismo e à conciliação.
Se temos a necessidade enquanto partido de defender o governo dos ataques da
extrema direita e apoiá-lo a nível institucional, temos a tarefa enquanto juventude de mostrar que o PSOL tem um projeto diferente do que está em curso, que segue
tendo como horizonte a revolução e o ecossocialismo.

Nesse sentido, para nós socialistas, as eleições burguesas sempre foram um
espaço tanto de disputa da institucionalidade por meio de nossos programas quanto
de divulgação do nosso projeto de transformação radical da realidade. O PSOL
precisa continuar sendo esse instrumento que mobiliza sonhos! Precisamos seguir
ganhando corações e mentes e colocando o brilho nos olhos de jovens que muitas
vezes não tem mais perspectiva de futuro. Se deixarmos nas mãos da extrema
direita o discurso antissistêmico (mesmo que, para eles, seja só retórica), teremos
cada vez mais jovens que sofrem as contradições do capital sendo levados por essa
onda de ódio, intolerância e violência.

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Em Niterói, nossa tarefa é, além de derrotar a extrema-direita, derrotar o
governo neoliberal de Axel/Rodrigo e eleger Talíria a primeira mulher prefeita dessa
cidade! O governo do PDT, que organiza um grupo político que está há mais de 30
anos governando a cidade, é um governo com ligações espúrias com o
empresariado, especialmente com os donos das empresas de ônibus e da
especulação imobiliária, fazendo com que as políticas públicas sejam voltadas para
atender ao interesse desses setores, e não da população da cidade. Vemos em
Niterói problemas infraestruturais gravíssimos, que fazem com que tenhamos um
trânsito caótico e com que a cidade alague com qualquer chuva. Ainda assim, o
governo Axel/Rodrigo aprovou na Câmara uma Lei Urbanística que prevê aumento
de gabarito em diversos pontos da cidade, prejudicando ainda mais o trânsito e as
possibilidades de lidar com fortes chuvas.

Além disso, um governo que se diz preocupado com a questão ambiental,
aprovou nesta mesma Lei Urbanística a permissão para construção de prédios no
Morro do Gragoatá e em outras áreas que deveriam ser de Proteção Ambiental,
como os Sambaquis de Itaipu e o Morro do Arroz. Não iremos aceitar que, num
contexto de crise climática, que afeta cada vez mais os mais pobres, a Prefeitura
venda nossa cidade para a especulação imobiliária e destrua nossas possibilidades
de futuro.

Na área da saúde, os problemas também são assustadores. Não é razoável
que uma Prefeitura com quase 7 bilhões de orçamento por ano deixe postos de
saúde sem medicamentos básicos, como dipirona. Todo cidadão que frequenta os
serviços de saúde geridos pelo município sabe a imensa demora para conseguir
atendimento e a falta de insumos básicos nestes aparelhos.

Na educação, é inacreditável uma gestão com um orçamento tão grande
deixar mais de 3 mil crianças fora das creches e escolas do município, acabando
com o futuro dessas crianças e afetando a vida das mães, especialmente mães
jovens, negras e periféricas que não têm com quem deixar os filhos e querem
garantir que eles tenham o direito à educação. E muitas vezes, quando há vagas,
essas vagas são em escolas muito distantes dos lugares de moradia das crianças,
acarretando também em maior tempo e despesa para que as mães levem seus
filhos pras escolas. Além disso, faltam professores de apoio em diversas escolas do
município e não há condições mínimas de acessibilidade estrutural para crianças
PCDs.

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Por isso, entendemos a necessidade de derrotar esse governo que não
defende os interesses da juventude, dos trabalhadores, da população negra, das
mulheres, das LGBTIs, das Pessoas com Deficiência. Precisamos defender a
candidatura de Taliria e fazer com que essa campanha seja responsável por
recolocar o brilho nos olhos desses setores da sociedade abandonados pela atual
gestão. Temos a tarefa de fazer com que essa candidatura chegue a cada canto da
cidade, a cada favela, a cada território. E temos a tarefa de eleger uma bancada de
vereadores do PSOL combativa, comprometida com o programa do partido e capaz
de dar as condições necessárias para um governo que será do povo.

Concomitante aos processos das campanhas de Taliria e das nossas candidaturas à vereança, precisamos organizar atos de rua e intervenções pela cidade para denunciar os fracassos do governo Axel/Rodrigo. Por isso, propomos
que sejam realizadas mobilizações em duas áreas que afetam diretamente a
juventude e que sofrem com falta de políticas públicas: educação e cultura.
 

Defendemos a realização de um ato unificado da Educação, que abarque as pautas
dos profissionais da educação, dos estudantes secundaristas e universitários e das
mães e responsáveis de crianças da rede. Queremos que todas as crianças tenham
vaga nas creches e nas escolas, professores de apoio para todas as crianças PCDs,
expansão da rede e concurso público para a contratação de novos professores,
valorização dos profissionais da educação, melhoria nas condições infraestruturais e
de acessibilidade e passe livre municipal universitário.

Na área cultural, vemos hoje um cenário de uma prefeitura que gasta milhões
em atividades culturais de artistas de fora, com grandes shows em regiões centrais
da cidade, enquanto não investe nada em aparelhos culturais em áreas periféricas.
Além disso, artistas locais são completamente desassistidos, especialmente artistas
de manifestações culturais populares. Exemplo disso foi o Edital Saúde e Cultura,
realizado em 2022 pela prefeitura de Niterói, que ficou meses sem pagar os artistas
da cidade pelos projetos contemplados pelo edital. Nesse contexto, defendemos a
realização de uma intervenção no que a Prefeitura prometeu há anos ser o Centro
Cultural da Zona Norte, mas que ainda não foi entregue à população. Propomos que
seja realizada uma atividade cultural com artistas da cidade, convidando grupos de
cultura negra e periférica, para realizarem atividades artísticas e demonstrarmos a
importância de aparelhos culturais em todas as áreas da cidade.

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Por fim, precisamos fazer com que essas eleições sejam um momento capaz
de fazer crescer a juventude no PSOL, chamando jovens para se somarem na
construção desse outro projeto de mundo radicalmente democrático, ecossocialista,
antirracista, feminista, antiLGBTfobico e anticapacitista.