Nota de repúdio à violência e ao autoritarismo na política de Niterói
- PSOL Niterói
- 8 de out. de 2016
- 2 min de leitura

“A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem.” Antonio Gramsci
A sede do PSOL de Niterói, que fica na Rua Doutor Celestino, no Centro da cidade, foi invadida por um homem armado com uma pistola, na tarde desta quinta-feira (6/10). Além do roubo dos celulares e do dinheiro dos dois funcionários que foram rendidos, o homem disse que tinha um "recado", que o PSOL não poderia mais entrar em comunidades, que "por estar subindo muito em comunidades" estaria "incomodando a muita gente". Tal recado, em tom de ameaça, conferiu ao crime características que fugiram as de um assalto comum.
É preciso observar que esse episódio não se tratou de um caso isolado de ataque ao PSOL. A sede já havia sido alvo de hostilidades. Em junho, um homem entrou na sede, cometeu agressões verbais de cunho fascista e ameaçou voltar e matar todo mundo. Parlamentares, candidatos e militantes do partido têm enfrentado ameaças, ataques e cerceamento, nas ruas e nas redes, especialmente durante e após a campanha eleitoral municipal. Também na campanha eleitoral estadual de 2014, um comitê de campanha em Niterói foi pichado com mensagens ofensivas à esquerda.
Em um dos casos mais recentes, ao final do primeiro turno eleitoral, a candidata eleita como a vereadora mais votada da cidade, com uma proposta feminista, negra e popular, Talíria Petrone, foi alvo de um comentário no Facebook em que o autor recomendava que ela fosse "exterminada" e um candidato a vereador eleito curtiu o post.
Em todos os casos, o PSOL tem providenciado o acompanhamento jurídico para o registro policial das agressões e ameaças, assim como, nos casos pertinentes, apresentará representações na Câmara Municipal. No plano institucional, o que houve de fato até agora foi, no mesmo dia do ataque à sede, a notificação de diversos militantes para o comparecimento na Polícia Civil nos próximos dias, não se sabe ainda o porquê.
O partido convoca a sociedade a juntar-se a nós num movimento de repúdio a quaisquer formas de violência, intimidação e cerceamento à liberdade de expressão, direito de reunião, associação política e partidária. Nós do Partido Socialismo e Liberdade acreditamos que, de fato, temos incomodado muitos interesses dos poderosos quando lutamos contra a desigualdade e as opressões de classe, raça e gênero na nossa cidade. Manifestamos o nosso compromisso com a luta por uma cidade de direitos. Afirmamos que não vamos recuar diante de recados, ameaças e ataques. A nossa luta precisa avançar.
Niterói, 7 de outubro de 2016
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