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Sobre Cuba e LGBTfobia


Foto: BBC NEws Texto do militante LGBT Bruno Mattos


Antes que comecem a falar besteiras do quanto Cuba e Fidel são homofóbicos, vamos enviadar algumas informações prá acabar com senso comum em injustiças históricas:


1 - Cuba perseguia a população LGBT nas primeiras décadas de sua Revolução, anos 50, 60 e 70, com um recrudescimento também na década de 80 durante a descoberta de epidemia de AIDS, o que levou a estigmatização, criminalização e perseguição de LGBTs no mundo inteiro naquela época.


2 - Cuba perseguia as LGBTs antes da revolução comunista, bem como todas as nações capitalistas do mundo. Antes da Revolução inclusive Cuba, por sua localização estratégica e ser regime corrupto e venal, era um paraíso da prostituição, inclusive infantil, do contrabando internacional, da lavagem de dinheiro, do tráfico transnacional de drogas e pessoas, da degradação ambiental. Cuba não se tornou homofóbica com o advento da revolução).


3 - Nessa mesma época era crime ser LGBT na Grã-Bretanha por exemplo, Alan Turing, pai da computação e herói da II Guerra ao desvendar o sistema de codificação de comunicações nazista foi castrado quimicamente em 1952, bem como milhares de LGBTs o foram no Reino Unido e somente em 2009 (!!!) a coroa britânica pediu perdão.


4 - LGBTs foram perseguidos nas mesmas décadas, desde Nixon até Reagan - anos 80 - bem como os hippies e os comunistas nos EUA. Stonewall aconteceu na cidade mais LGBT do mundo, Nova Iorque, em 69, e embora tenha sido o caso mais emblemático, por décadas permaneceu a perseguição da polícia contra LGBTs, o que permanece até hoje nos Estados e condados americanos mais conservadores.


5 - Em 2009, Fidel reconheceu a perseguição cubana às LGBTs durante as primeiras décadas da revolução cubana e se declarou arrependido, declarou que as pessoas não podem ser diferenciadas por orientação sexual, lamentou não ter tido uma postura diferente. Desde os anos 90, Cuba passou a tolerar e aceitar a diversidade sexual, coisa que no Brasil até hoje não acontece e somente nos anos 2000, em especial na década em que vivemos, observamos uma maior emancipação das LGBTs.


6 - Na Rússia capitalista, membro nato do Conselho de segurança da ONU, bem como em inúmeros países ocidentais, em países africanos, asiáticos e do Oriente Médio é crime até hoje ser LGBT. Todos são aliados das potências capitalistas e da OTAN, que não se manifestam criminalizando a perseguição lgbtfóbica nesses países.


7 - LGBTs foram perseguidas sistematicamente nos anos 60, 70, 80 nas ditaduras latino americanas, mas também na Espanha e na Itália, só que em vez de trabalhos forçados ou deportação como no caso cubano as LGBTs, eram mortas mesmo nesses países.


Ninguém chama Reagan, Nixon, Churchill, a rainha Elizabeth e tantos outros chefes de Estado e de Governo de homofóbicos. A pecha de homofóbico, que não é inverídica, mas teve seu recorte histórico, numa época em que o mundo todo era equivocado e bizarro nesse tema, faz parte de mais um item da agenda difamatória e recalcada contra Cuba.


Um pouco de estudo histórico comparado da evolução das lutas e dos direitos LGBTs no mundo demonstra tratar-se, a lgbtfobia, de uma imbecilidade geral e irrestrita que nada tem a ver com a opção comunista.


Fidel, com todos os seus erros e problemas, presente!


*Em Cuba, a redesignação sexual para pessoas transgêneras é direito universal, política pública de saúde, realizada pelos hospitais públicos. Em que outro lugar do mundo isso acontece, talvez só na Suécia?


**E desde 2007, existe o dia Nacional de Combate à Homofobia em Cuba. Existe verba pública e política pública para o combate à LGBTfobia na ilha comunista, coisa que não existe no Brasil, por exemplo.

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